domingo, 13 de julho de 2008

SE VOCÊ PUDESSE ME OUVIR

Meu filho, ah meu filho! Se você pudesse me entender, me escutar.
Você sai, não me dá tchau e nem sequer uma boa noite.
Eu queria saber aonde vai, com quem anda, mas você não me diz nada.
Quando tento conversar, você olha para mim gelidamente como se quisesse que eu não estivesse ali naquele momento.
Eu gostaria tanto de te ouvir, te passar as coisas que aprendi. Quando chega em casa, vai para o quarto, calado, dorme e nem se lembra de quem te criou.
E quando acorda de manhã, liga o computador, e fica lá, trancado num emaranhado de fios da internet. Nunca posso entrar em seu quarto, pois está sempre no meio de alguma coisa importante que não deve me interessar.
Às vezes, pensando comigo mesmo, chego a conclusão que eu tenho medo de você se perder nesses fios e ficar preso pra sempre como uma mosca desatenta que colide com a teia de uma aranha. Essa aranha chamada INTERNET tem uma teia tão poderosa que quando uma mosquinha fica presa, jamais sai viva de lá.
Sinto que você pode morrer a qualquer instante, não fisicamente, mas psicologicamente. Seu corpo fica, mas sua mentalidade vai embora.
Por favor, meu filho, acorda para a vida, saia desse maldito computador e viva sua vida. Porém, meu filho, ah se você pudesse me ouvir.
Luan Henrique Viero
14 anos
Marília SP 29.03.08

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